Banco público, que tem 70% do mercado de financiamentos, passa por ajuste de capital e medidas restritivas. Analise se é hora de buscar os concorrentes.
A Caixa é sempre uma das primeiras opções quando o assunto é financiamento imobiliário, devido às suas taxas de juros atraentes. Apesar disso, quem tem pressa para conseguir um financiamento não tem outra opção senão pesquisar condições de financiamento oferecidas por outros bancos.
A dica vai para aqueles que têm renda familiar mensal de mais de 4 mil reais e não se enquadram no programa Minha Casa Minha Vida, devido ao fato de o banco priorizar o financiamento de imóveis populares que atendem um público de baixa renda. Isso significa que famílias que tem renda mensal de até 4 mil reais terão o financiamento normalmente.
Enquanto busca alternativas para cumprir regras de alocação de capital (principalmente em ter as reservas necessárias exigidas a cada financiamento concedido), a Caixa está recusando propostas de financiamento para linhas que utilizam recursos da poupança, enquadradas no SBPE e que têm como destino famílias com renda superior a 4 mil reais.
Quem está à procura dessas linhas tem quatro opções: Bradesco, BB, Santander e Itaú. O impacto da suspensão de novas propostas na Caixa é grande, já que o banco responde, hoje, por cerca de 40% das concessões de crédito no segmento.
Diferenciais dos concorrentes
Que está à procura de imóveis usados, os concorrentes da Caixa já têm algumas vantagens nítidas se comparadas ao banco líder de mercado em concessão de crédito imobiliário.
O percentual máximo de financiamento do imóvel, que é de mais de 75% em todos eles. A Caixa passou a financiar, a partir de setembro, apenas 50% do valor de imóveis usados em todas as suas linhas.
Além disso, Marcelo Prata, especialista em crédito imobiliário, diz que quem busca crédito imobiliário nos concorrentes encontra mais facilidades do que há dez anos. “Os privados aprenderam a conceder crédito imobiliário. As condições encontradas não vão divergir muito das encontradas na Caixa”.
O especialista ainda reforça que essa é a primeira vez que os bancos se descolam das restrições de crédito da Caixa. “Antes, se a Caixa restringia o crédito, os bancos restringiam também. Mas agora vemos que eles continuam a reduzir o valor de taxas e mantêm o financiamento de um alto porcentual do valor do imóvel. São realmente uma opção ao mutuário, que deve pesquisar todas as condições oferecidas pelo Custo Efetivo Total da
Operação para não cair em pegadinhas como a de seguros caros”.
Ele também apontou que quem é correntista de um dos quatro bancos pode ter uma análise de crédito mais flexível do que teria normalmente na Caixa, se este não tiver conta corrente no banco público. “Quando o mutuário é correntista o banco consegue reunir mais informações e oferecer taxas melhores, além de aprovar o crédito com mais rapidez e facilidade”.
Exame